terça-feira, 3 de março de 2009

Forças Armadas da Rússia


As Forças Armadas da Federação da Rússia (em russo Вооружённые Силы Российской Федерации; Vooruzhénniie síly Rossíiskoi Federátsii) são uma das maiores do mundo quer em armamento quer em recursos humanos. O chefe supremo das Forças Armadas é o presidente da Rússia, que actualmente é Dmitri Medvedev, que tem o poder de dissolver os generais e de declarar guerra.

A idade mínima para a incorporação é de dezoito anos. Actualmente os homens de 18 a 49 anos disponíveis para a chamada são 35 247 049, enquanto que os declarados capazes são cerca de 20 milhões. Todos os anos cerca de 1,5 milhão de novos recrutas são listados (estimativa de 2005). As tropas activas somam 1 037 000 homens e as tropas totais, 3 037 000.

As despesas militares da Federação Russa amontam a 50 bilhões de dólares americanos.


Organização

O Ministério da Defesa (em russo Министерство обороны Российской Федерации) é o organismo central das Forças Armadas cujo ministro é actualmente Anatoly Serdyukov sucessor de Sergei Ivanov.

As Forças Armadas são divididas em três ramos:

  • Exército
  • Marinha
  • Força Aérea

Existem ainda quatro ramos independentes:

  • Tropas estratégicas
  • Forças Espaciais
  • Operações Especiais
  • Forças Especiais

Todo o conjunto das Forças Armadas da Rússia é tradicionalmente desginado como a Armada (armiia).


Organização do Exército

O Exército é dividido geograficamente em seis distritos que são:

  • Moscovo
  • Leningrado (e não São Petersburgo)
  • Cáucaso do Norte
  • Volga - Urais
  • Sibéria
  • Longe Este

Nota: O nome de Leningrado é uma homenagem feita aos 1.5 milhões de soldados que morreram pelo país aquando da invasão alemã entre 1941- 1944.


Organização da Marinha

A Marinha é dividida em cinco frotas:

  • Frota do Norte
  • Frota do Pacífico
  • Frota do mar Negro
  • Frota dos Bálticos
  • Frota do mar Cáspio

SPETSNAZ - URSS


Durante muitas décadas, a extinta URSS manteve substancial quantidade de unidades de elite, cujas missões e subordinações eram distintas das outras unidades regulares do Exército Vermelho.

Podemos citar, por exemplo, as Unidades Aerotransportadas, diretamente subordinadas ao Alto Comando, cuja participação foi essencial na invasão da Tchecoslováquia em 1968 e do Afeganistão em 1979. A conquista dos aeroportos de Praga e Kabul, respectivamente, foi a forma mais rápida que os lideres soviéticos usaram para garantir o sucesso e a surpresa tática. Seu desempenho, notadamente no Afeganistão elevou-as a um status de unidades de elite.

Outra unidade em torno da qual muita especulação foi e tem sido feita é a SPETSNAZ ( SPETSialnogo NAZnacheniya - Unidade de Operações Especiais), talvez porque pouco se saiba sobre a sua natureza fora das fronteiras russas, embora não seja absolutamente desconhecida nos meios militares do Ocidente, desde os tempos da Guerra Fria.

Criadas originalmente para lidar com dissidentes, contra-revolucionários e "indesejáveis", em 1989 o Exército Vermelho possuía dezesseis brigadas Spetsnaz, totalizando 30mil homens e mulheres. A Marinha Soviética também possuía quatro brigadas navais Spetsnaz, cuja missão principal era reconhecimento e sabotagem em instalações costeiras e defesas inimigas. As unidades Spetsnaz eram divididas entre a KGB, Órgão de Segurança do Estado; o GRU, Inteligência Militar, e o MVD, Segurança Interna.

Foi uma unidades Spetsnaz KGB que assassinou o Presidente Haffizulah Amin do Afeganistão, em dezembro de 1979, pouco antes da invasão deste país por tropas soviéticas.

Atualmente, após o desmembramento da União Soviética, o governo russo criou novas unidades especiais, com vistas a operações antiterroristas e de combate ao crime organizado, além de manterem muitas das antigas unidades soviéticas.
O grupo que invadiu o Teatro Dubrovka em Moscou era formado por membros da Spetsnaz, atualmente mais voltada para operações antiterrorismo do que propriamente ações militares convencionais.

Em combate, os Spetsnaz tem a reputação de serem os mais duros e implacáveis combatentes russos. Sua reputação foi duramente conquistada principalmente no Afeganistão e na Chechenia.

Controlados diretamente pelo Serviço Federal de Segurança (FSB), uma das subdivisões da Spetsnaz é conhecida como Unidade Alfa, especializada em combate ao terrorismo e ao crime organizado, e é formada por cerca de 2000 homens. Altamente respeitada na comunidade SOF no mundo inteiro.

A Unidade Vympel, formada pela elite dos sabotadores da antiga URSS, é especializada em lidar com situações que envolvam armas nucleares.
A Unidade Fakel, que também participou do ataque ao Teatro Dubrovka em Moscou, é treinada em situações com reféns e motins em prisões.

O processo de seleção nestas unidades é muito exigente, e o treinamento pode durar mais de cinco anos!

Os recrutas são submetidos a um intenso e propositadamente brutal curso básico de cinco meses, numa tentativa de transformá-los em homens capazes de resistirem as mais duras situações de combate que possam vir a encontrar.

Como exemplo, podemos citar o uso deliberado de gás para a retomada do Teatro Dubrovka em Moscou. Os Spetsnaz sabiam do risco para os reféns e para si próprios, mas assim mesmo seguiram em frente, o que demonstra que, na visão russa de resolver situações semelhantes, a eliminação dos terroristas tem prioridade sobre a segurança dos reféns.

A partir do momento em que se tornam reféns, para todos os efeitos eles já estão mortos...Resta então a eliminação dos perpetradores, para servir de exemplo. 
As Agencias de Inteligência russas, FSB, FPS e a SVR (Sluzhba Vneshnej Razvedki) o equivalente russo da CIA, tem suas próprias unidades especiais.

Para unidades de elite e funções especiais, apenas o que há de melhor em armas e equipamentos. Os Spetsnaz tem acesso a ultima palavra em tecnologia militar tanto russa como estrangeira. Estão equipados com o que de melhor o dinheiro pode comprar, e são treinados para tirarem o máximo proveito destes equipamentos.

Entre tantos, podemos citar :
SV- 1303 - dispositivo hidráulico capaz de deter o dispositivo iniciador de uma carga explosiva.
SV- 1355 - Robo com sistemas visuais e auditivos, capaz de realizar missões de reconhecimento em áreas com suspeita de presença de explosivos.
SV - 1301 - Lança-granadas de efeito atordoante não-letal.

A tradição russa de qualidade entre seus snipers é comprovada entre as unidades Spetsnaz. Seus operadores são recrutados entre candidatos solteiros, e que não possuam parentes próximos, pois a forma como eles operam é garantia de baixas.

Entre suas opções, dispõem de fuzis sniper VSK-94 e SV-98.

As unidades de choque usam submetralhadoras silenciadas Kashtan e Vityaz, fuzis de assalto 9A-91 e pistolas GSh-18, que finalmente substituiram as venerandas Makarov.

Possuem também armas para uso embaixo dágua, como o fuzil de assalto APS e a pistola SPP-1M.

Durante a existência da URSS, atletas olímpicos laureados foram depois identificados como membros de unidades Spetsnaz, notadamente entre atiradores, jogadores de futebol e ginastas. Sua tarefa, além de vencer nas Olimpíadas, era a de observar de perto locais e pessoas que numa situação de guerra entre a OTAN e o extinto Pacto de Varsóvia seriam seus alvos preferenciais. Deviam também observar e absorver o modo de vida de outros povos, pois poderiam ser enviados a misturarem-se com estes povos, para melhor cumprirem suas missões.

No início de uma era onde o terrorismo tornou-se o inimigo principal, as autoridades russas podem contar com o que há de melhor em unidades especiais para este tipo de operações.

Fuzil de assalto AK- 47 - Rússia

O fuzil AK-47 é uma das armas mais bem sucedidas e a de mais ampla utilização entre todos os tipos  já produzidos de armas portáteis. Tanto ele como seu sucessor, o AKM, são utilizados em todo o mundo, por forças regulares e irregulares. Seu projeto é basicamente uma combinação de elementos já existentes em outros fuzis, principalmente o modelo alemão MP43/44 desenvolvido pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido aceito pelo Exército Vermelho em 1947, com cartuchos calibre 7,62 mm. Estava criado o famoso AK-47 (Automatov Kalashnikov) ainda hoje conhecido também pelo sobrenome de seu idealizador, Mikhail Kalashnikov. Precisão, segurança, facilidade de fabricação e manutenção, usinado em aço de alta qualidade com coronha e guarnição em madeira, além de grande resistência em combate, capaz de suportar as mais adversas condições de uso, tornaram-no o Fuzil De Assaulto preferido de muitos exércitos e de guerrilheiros ao redor do mundo. Produzido em larga escala, inclusive sob licença em outros países onde surgiram diversas sub-variantes, estima-se que tenham sido fabricados mais de 40 milhões de exemplares. O AK-47 funciona a gás, sobre o cano traz um cilindro dotado de pistão, quando a bala é disparada uma pequena quantidade de gás do cartucho é automaticamente desviada por um orifício, forçando o pistão para trás. Em função disto, o cão da arma afasta-se da culatra, preparando-a para um novo tiro e o mesmo movimento ejeta o cartucho vazio. Acionada uma alavanca que possibilita ao soldado optar pelo tiro automático, o AK-47 permanecerá carregando, atirando, ejetando e recarregando sem parar, enquanto o dedo pressionar o gatilho. Idealizado para disparar 600 tiros por minuto, na prática alcança 90 tiros por minuto, pois seu carregador comporta 30 cartuchos.

Uma reformulação do projeto em 1959 levou ao surgimento do fuzil AKM, que externamente difere pouco de seu antecessor, mas traz modificações em seu mecanismo de funcionamento e utiliza materiais mais leves, tudo com o intuito de facilitar ainda mais a sua produção. A variante AKMS, com coronha dobrável, podendo ser equipada com visor infravermelho e lançador de granadas, foi adotada por unidades motorizadas e tropas aerotransportadas. Em 1978, baseado no êxito do fuzil M-16 americano, surgiu o AKS-74, nova versão do AKM, de calibre 5,54 mm com carregador de plástico, uma arma mais leve, com menor repuxo, maior segurança e controle de tiro. Além disso, a velocidade do projétil, de 900 metros por segundo, lhe garante trajetória mais correta e maior força de impacto. O fuzil AK-47 e suas variações são fabricados em muitos países, como China, Polônia, Hungria, Coréia do Norte e Romênia, sem contar que serviu de base para projetos de outros fuzis muito semelhantes como o finlandês Valmet M62/M60 e o israelense Galil. Recentemente a Venezuela assinou um contrato de aquisição de 100.000 fuzis da versão AK-103, com possível instalação de uma fábrica da arma e de sua munição no país, gerando suspeitas de que futuramente esses fuzis possam ser vendidos aos diversos movimentos guerrilheiros do continente. Sua simplicidade de projeto e de manutenção, aliados à sua comprovada robustez e confiabilidade, tornaram o AK-47 o fuzil de assalto preferido de gerações de combatentes, garantindo sua utilização ainda por muitos anos.


Origem
Rússia
Calibre
7,62 mm
Comprimento
87 centímetros
Peso
4,3 kg
Cadência de tiro
600 tiros/minuto
Alcance efetivo
400 metros
Variantes
AKM, AKMS, AK-74 e AK 103

Unidades Spetsnaz - Rússia

Parte das forças especiais do GRU(inteligência militar russa), a Spetsnaz também é conhecida como tropa de dissuasão. Suas tarefas incluem ataques a bases nucleares e a centros de comando inimigos, ataques gerais a alvos civis e militares como fontes de energia e centros de telecomunicações. Seu efetivo gira em torno 30.000 homens, estando entre os maiores grupos de forças especiais do mundo, servindo tanto ao Exército quanto à Marinha. Uma companhia Spetsnaz conta com nove oficiais, onze suboficiais e 95 soldados. As brigadas possuem grupos de mini-submarinos, batalhões de mergulhadores de combate, um batalhão de pára-quedistas e uma companhia anti-VIP treinada para descobrir, identificar e eliminar líderes políticos e militares do inimigo.
Todos seus membros são voluntários e uma vez selecionados são submetidos a um curso intensivo e os que tiverem melhor desempenho passam por um treinamento mais rigoroso para se tornarem sargentos. Os recrutas devem ter condicionamento físico perfeito, a nível de atletas olímpicos, para poderem suportar o treino intenso, exigindo um esforço máximo para reproduzir situações reais.

O armamento utilizado é composto de fuzil AKS-74, de 5,45 mm, uma pistola PRI com silenciador, faca de combate e seis granadas de mão. Cada unidade porta um lançador SA-7, minas, explosivos e lançador de granadas de iluminação. O uniforme de combate é o mesmo das tropas de assalto aéreo e das forças aerotransportadas. Uma ação típica envolve o lançamento de tropas táticas de pára-quedas, de 500 a 1000 km dentro do território inimigo, em uma operação maciça e coordenada, sendo alvos prioritários bases de mísseis de longo alcance, lançadores móveis de mísseis, aeroportos e bases aéreas.
Unidades Anti-vip
As unidades anti-VIP das Spetsnaz eram uma elite dentro da elite e realmente existiram durante a Guerra Fria. Eram altamente secretas, compostas por soldados profissionais de primeira categoria, normalmente fluentes em pelo menos uma língua Ocidental, especialmente o inglês, francês ou alemão. Eram compostas em geral de setenta a oitenta elementos (homens e mulheres), usavam roupas civis, deixavam o cabelo crescer ou usavam barba e ficavam isoladas das unidades regulares do Spetsnaz.

Eram treinados para serem assassinos frios pois o objetivo de suas missões era a eliminação de líderes militares e políticos do inimigo. Eram muitas vezes chamados de "degoladores". Para ocultar a sua existência, essas unidades eram estacadas de suas brigadas originais e transformadas em 'equipes de atletismo". Elas formavam grupos de boxe, luta romana, karatê, tiro ao alvo, atletismo e pára-quedismo.

Todos os seus integrantes pertenciam ao Clube Esportivo Central do Exército (ZSKA). Os "desportistas" da KGB pertenciam ao Clube Esportivo Dínamo, seu rival. Como "simples" atletas eles eram bem-vindos as cidades do Ocidente, para onde viajavam, podendo aperfeiçoar seu domínio da língua local, conhecer a cultura do povo, aprender a se deslocar, marcando rotas de aproximação e fuga, ou prováveis esconderijos. As unidades anti-VIP estavam sempre em contato com as unidades de inteligência do Spetsnaz e tinham permissão de travar contato com a rede de agentes soviéticos espalhados por toda Europa Ocidental.

As unidades Spetsnaz eram um dos segredos mais bem guardados do antigo Pacto de Varsóvia e não está bem claro quando elas foram criadas pela União Soviética. Alguns acreditam que elas já existiam no início dos anos 50, como resultado das experiências militares russas durante a IIGM com forças especiais controladas pelo NKVD "Comissariado do Povo para Assuntos Internos". (precursor da KGB), tendo passado pela Hungria em 1956 e certamente pela Tchecoslováquia em 1968. Apesar disto o Ocidente só veio a tomar conhecimento delas no começo da década de 80 no Afeganistão.

O segredo de sua existência era tão bem guardado que foi proibido as homens que faziam parte dessas unidades admitir em púbico que faziam parte das mesmas ou que elas existiam.